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Os briozoários foram classificados pela primeira vez por Linnaeus (1758), junto ao grupo dos corais e esponjas na Ordem Zoophyta, acreditando que eram plantas. Peyssonel descobriu que eram animais em 1709, mas foram descrito sòmente em 1955 por Rondelet, que deu o nome de “Girofle de la mer (flores do mar), à atualmente conhecida Reteporellina grimaldii Jullien 1903. Foram chamados de Polyzoa pela presença de muitos poros e de Bryozoa para diferenciar dos corais, que possuem uma abertura. O termo Ectoprocta surgiu porque êles possuem duas aberturas e o ânus separado da boca. O nome original de Bryozoa é mantido pela International Bryozoology Association (IBA). Eles parecem muito com os corais e hidróides pela sua estrutura calcária, porosa, aspecto gelatinoso dos indivíduos e presença de tentáculos orais, mas possuem diferenças importantes que os tornam mais evoluídos.
 
Na escala zoológica os ectoproctos (briozoários) são considerados mais evoluídos do que os poríferos e vermes por possuírem celoma. Ele são considerados menos evoluídos do que moluscos e equinodermos, que possuem sistema nervoso desenvolvido. Através da análise molecular eles foram identificados como protostomios e assim incluídos entre os ectoproctos, passando a compor o grupo Lophotrochozoa, juntamente com os demais lofoforados Phoronida e Brachipoda, que foram reunidos como Brachiozoa. A análise molecular também confirma a separação dos briozoários com nemertineos, anelideos e moluscos, que são deuterostomios e possuem sistema nervoso e circulatório. Os endoproctos pertencem ao mesmo grupo dos platelmintos
A fauna viva do filo Ectoprocta, de acordo com a International Bryozoa Association (IBA), está dividida em:

            Classe Phylactolaemata - briozoários essencialmente dulciaquicolas, colônias com parede quitinosa ou gelatinosa. Os zoóide são cilíndricos. Sem dimorfismo. O processo de reprodução assexuada é por meio de estatoblastos ( Figura 1).
Classe Stenolaemata Borg, 1926 – briozoários marinhos. Zoóides providos de parede calcaria, - o zoécio, forma cilíndrica, tubular, abertura ova, na parte terminal. O polimorfismo reduzido a apenas dois tipo de heterozoóides: ovicelo  e quenozoóides. Possui três ordens fósseis e apenas uma atual – a Ordem Cyclostomata. Busk, 1852 (Figura 2).
Classe Gymnolaemata Allman, 1856 – briozoários de ambiente principalmente marinho, mas com espécies de ambiente salobre. O zoóide em forma de cilindro, garrafa e caixas é provido de abertura com forma bastante variada.  Polimorfismo é evidente e com vários tipos de heterozóoide: ovicelo, aviculário, vibráculo, quenozooides (semelhantes a rizóides). Nesta classe estão incluídas duas ordens Ctenostomata Busk, 1852 e Cheilostomata.
a) Ordem Ctenostomata – os ctenostomados abrangem as espécies que possuem parede membranosa ou quitinosa, autozoóide cilíndricos e abertura fechada por um colar pregueado. Não possuem heterozóide para reprodução. Os embriões são incubados no próprio corpo gerador. Também não possuem aviculário nem vibráculo (Figura 3).
b) Ordem Cheilostomata - esta ordem é subdividida em sub-ordens, em função das diferenças no grau de calcificação da parede frontal em: Inovicellata Jullien, 1888, Scruparina Silén, 1941, Malacostega Levinsen, 1902 (parede membranosa), Neocheilostomina d’Hondt,1985 com duas infraordens Flustrina, Smith, 1868 e Ascophora (parede calcária). Esta última se subdivide em “Grades” Acanthostega Levinsen, 1909, Hippothoomorpha Gordon, 1989, Umbonulomorpha, Gordon, 1989, Lepraliomorpha Gordon, 1989, em função da origem da parede frontal. As três grades são classificadas por alguns autores como infraordem da antiga ordem Ascophora (Figura 4).

Na Bahia, os estudos se concentram mais na Classe Gymnolaemata, Ordem Cheilostomata, pela sua importância para o estudo avaliação de variações ecológicas durante o monitoramento de comunidades e na Geologia para avaliação das variações no ambiente de deposição do sedimento. As espécies da ordem Cyclostomata são mais moldáveis às variações ambientais e porisso só podem ser utilizados para monitoramento de variação de salinidade. São mais analisados para fins de taxonomia, inventario e distribuição geográfica.

Muitas das espécies brasileiras fazem parte de coleções cientificas de  museus da Inglaterra (National Museum of Natural History- NMNH), França (MNHN) e USA (Museu de Historia Natural do Instituto Smithsonian- USNM). No Brasil nos Museu Nacional do Rio de Janeiro, nos museus de Zoologia da Universidade de São Paulo, Bahia (MZUFBA) e Paraná.

No que diz respeito à coleções científicas, uma coleção organizada pelos Drs. Ernst e Eveline Marcus está sendo reorganizada, as espécies estão sendo redescritas e nova classificação está sendo proposta pelos Drs. Leandro M. Vieira e Álvaro Migotto, do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo. No Museu Zoológico da Universidade Federal da Bahia, encontra-se um acervo de 183 espécies do Estado da Bahia, com mais de 1000 espécimes identificados, incluindo  espécies dos Montes Submarinos de Vitória e Hostput , nas proximidades de Vitória, no Estado do Espírito Santo.

O número de especialistas do Filo Bryozoa no Estado a Bahia e no Brasil, ainda são muito restritos, considerando a sua extensão territorial e a variedade ecolológica. A formação de pessoal para elaboração de uma coleção de referência local e nacional, a garantia de sua manutenção, a continuidade da revisão taxonômica da fauna brasileira, continua sendo um dos alvos da International Assonciation of Bryozoology (IBA).

 


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